O pontilhão do km85 no trecho entre São Lourenço e Soledade de Minas, que é percorrido pelo Trem das Águas foi recuperado pela Regional Sul de Minas da ABPF. No último dia 17 de outubro, uma forte tempestade caiu naquela região levando ao transbordamento do ribeirão, com alagamentos, inclusive da rodovia MGC-383. Em apenas 4 horas de chuva, choveu 25% do que era previsto para todo o mês de outubro.
O grande volume de água muito acima do nível normal juntamente com a correnteza acabou por provocar o desmoronamento de uma das cabeceiras do pontilhão, resultando na queda das duas vigas metálicas da superestrutura, ficando então a via suspensa no ar.
O pontilhão em questão é uma obra de arte original da Minas and Rio Railway Company, tendo sido construído em 1884. As cabeceiras bem como os caixões de aterro e fundações são inteiramente construídos em alvenaria de pedras irregulares encaixadas e rejuntadas com argamassa; a superestrutura consiste em duas vigas metálicas compostas por chapas de aço e cantoneira rebitadas a quente formado perfis “I”.

Vistas do pontilhão no dia da tempestade, algumas horas após o término da mesma: o nível da água já havia baixado mas ainda estava bem alto.

Vista do pontilhão no dia seguinte, já com a água do ribeirão em seu nível normal.

Desmontagem da via para realização dos trabalhos de recuperação do pontilhão.

Via permanente já removida para a realização dos trabalhos de recuperação do pontilhão

Remoção das pedras do pontilhão do leito do córrego e preparação do terreno para as obras.

Construção de fundação profunda com perfuração e injeção de concreto no solo para estabilização.

Início da montagem da armadura para confecção da sapata.

Após a conclusão da montagem da armadura, montou-se a forma para preenchimento com concreto.

Concreto sendo despejado na forma da sapata.

Concretagem da sapata concluída; ferragens de espera para receber a armadura do pilar.

Confecção das formas para a concretagem do pilar.

Montagem da forma para concretagem do pilar

Montagem da forma para concretagem do pilar.

Início do desforme do pilar após secagem do concreto.

O pilar já concluído

Trabalho concretagem da base/fundação da outra cabeceira: medida preventiva e necessária para garantia da estabilidade e segurança do pontilhão uma vez que o grande volume de água juntamente com a correnteza levou significativa porção do solo.

Concretagem concluída.

Duas novas sapatas de apoio foram construídas dentro do caixão de aterro para maior apoio e distribuição da carga

Duas novas sapatas de apoio foram construídas dentro do caixão de aterro para maior apoio e distribuição da carga

Instalação das novas vigas de aço no pontilhão

Instalação das novas vigas de aço no pontilhão

Após a conclusão das obras no pontilhão, iniciou-se a recolocação da via permanente

A via sendo reinstalada no pontilhão

A via permanente já reinstalada no pontilhão, aguardando a instalação dos contra-trilhos e a colocação de lastro

No dia 14/11 foi feito o teste do pontilhão com liberação do engenheiro responsável pela obra, com a passagem da locomotiva 332 com trem de serviço.
As vigas originais de 4,5m de comprimento foram substituídas por novas vigas de aço com 12m, com duas novas sapatas de apoio para trás do pilar, dentro do caixão de aterro, para melhor distribuição da carga.
Em menos de 30 dias a primeira etapa das obras foi concluída, sendo cumprido o cronograma com pleno êxito que previa a conclusão até o dia 12/11, tendo a ABPF recuperado o pontilhão operacionalmente, colocando o Trem das Águas novamente em circulação, garantindo o acesso dos turistas a este importante capítulo da história bem como disponibilizando novamente um dos principais atrativos turísticos da cidade.
Nas próximas semanas inicia-se a segunda etapa, com a instalação do revestimento com as pedras originais, devolvendo o aspecto estético original ao pontilhão.