Um dos itens mais comum de vir faltando em locomotivas quando são resgatadas para preservação é o apito. Por causa disso, na nossa regional existe um deficit de apitos e procurando formas de solucionar este problema foi optado pela importação de apitos novos.
Ainda existem uns poucos fabricantes no mundo de componentes de locomotivas a vapor, em geral fornecem partes para ferrovias preservadas e em alguns casos, para entusiastas.
No caso do apito existe nos Estados Unidos um certo hobby quanto a colecionar e ter apitos a vapor funcionais em casa, onde alguns entusiastas usam compressores de ar para tocarem seus apitos ou até mesmo caldeiras estáticas, podendo assim ter o som mais fiel possível.
Dessa forma, em 2011 começamos a negociação com um desses produtores para a fabricação e importação de um apito de locomotiva para nossa frota. O produtor em particular possuía diversos modelos e tamanhos e por seleção entre os voluntários da regional, decidiu-se por um apito de 6 notas, algo que nenhuma das locomotivas da nossa regional possuem. Curiosamente, descobrimos mais tarde que este apito talvez seja o único do Brasil, segundo alguns pesquisadores.
Após alguns meses recebemos nosso apito, que devido a um erro do fornecedor veio sem a válvula original. Entre os entraves burocráticos e dificuldades de importação, acabamos por desenvolver uma válvula própria nas Oficinas de Cruzeiro e finalmente o apito pode ser instalado.
Decidiu-se então pela instalação do apito na locomotiva 1424, sendo assim seu apito ficou disponível para outra locomotiva quando esta sair da reforma:
Como fotos não fazem jus ao som do apito, criamos um pequeno vídeo para mostrar como ficou o desempenho do novo apito:
Lembrando que aqueles que desejarem ver e ouvir o novo apito ao vivo, basta visitar o Trem das Águas em São Lourenço.
Julio Moraes
28 de dezembro de 2012 at 14:30
Caro Bruno, apesar de conversarmos tanto quando nos vemos, ainda faltou comunicação: no acervo da E. P. P.P. temos vários moldes para fundição de peças de locomotivas a vapor, inclusive de apitos, injetores, etc. Há tempo planejamos contatar parceiros para explorar este potencial, e com certeza a ABPF é o primeiro parceiro da lista. Creio que 2013 será uma ótima ocasião para falarmos disso, não? Um abraço, Julio Moraes.
Julio Moraes
28 de dezembro de 2012 at 14:31
… desculpe, esqueci de dizer o principal: PARABÉNS por mais esta demonstração de esmero no trabalho preservacionista da ABPF-Sul de Minas. Julio Moraes.
bcsanches
28 de dezembro de 2012 at 14:39
Mais uma vez obrigado! Espero que em 2013 possamos aprofundar mais o relacionamento entre as entidades e quem sabe fecharmos algumas parcerias! Abraços!
bcsanches
28 de dezembro de 2012 at 14:34
Olá Julio,
isso é realmente interessante. Podem surgir grandes possibilidades nisso. A questão do apito foi algo que a gente sempre discutiu internamente por aqui e acho que nunca comentamos muito com ninguém de fora, não por ser um segredo, mas falha de comunicação ou simplesmente por não vermos necessidade.
A tempos temos trabalhado nessa questão de importação de componentes e como temos essa necessidade de apito, decidimos começar por estes por serem mais baratos. Lembro-me que na época fizemos alguns levantamentos de custos para copiar os existentes e o custo era meio alto e sem garantia de sucesso, então decidimos importar para ver.
Outros componentes que temos em vista são partes para compressores de ar, geradores e possivelmente um compressor inteiro, mas o alto custo da peça e do frete (além dos impostos) provavelmente vai inviabilizar.
Mas certamente agora já temos um novo assunto para discutirmos em 2013 assim que tivermos a oportunidade.
Abraços